quinta-feira, 26 de julho de 2012

Acompanhante ou nem por isso?

Há alguns dias recebi um simpático e-mail de alguém que, por curiosidade ou para matar o tempo, de quando em vez espreita os sites onde as acompanhantes anunciam.

Entre muitas outras coisas que não importam para o caso, fez um comentário que passo a citar:
"(já agora e se não te importas de me responder, porque é que será que a maior parte das chamadas acompanhantes se intitulam “acompanhantes” quando o que menos fazem é acompanhar? Mas sim e meramente a fazer sexo a troco de algo? No meu tempo e só tenho 42 anos chamava-se a isso prostituição!!!)."

Como esta é uma pergunta / comentário recorrente, achei mais simples responder aqui para assim poupar tempo e energia.

Não posso falar pelas outras acompanhantes. Vou falar apenas por mim.

Muitas vezes, a maior parte das vezes, não sou eu que não "acompanho". São os clientes que não querem ser "acompanhados". Chegam com um propósito claro e definido e não faz parte dos objectivos deles conversar, falar ou ouvir. Querem sexo fácil, simples e descomprometido. Sabem que independentemente de haver empatia vão ter sexo, sabem que não precisam de me levar a jantar para tentarem a sua sorte, sabem que não precisam de passar por um processo de sedução que, muitas vezes, acabará por resultar em nada. E, acima de tudo, sabem que quando sairem do meu quarto, se assim o desejarem, não vão precisar de me voltar a ver ou sequer de dar explicações por não quererem repetir. E pagam pela tranquilidade oferecida por este acordo tácito.
Não quero que pensem que este "grupo" é unicamente constituído por homens desprovidos de charme suficiente para conseguirem uma mulher na "vida real". Isso é um engano. Muitas vezes são homens atraentes, inteligentes e que, sexualmente falando, até sabem cuidar de uma mulher mas que não querem os efeitos secundários das relações "normais".

Mas, há também muitos homens que procuram o verdadeiro serviço de acompanhamento. Procuram um tempo de qualidade que usam para conversar, para tomar uma refeição ou simplesmente para estar com alguém. Obviamente que muitas vezes acaba por haver sexo. Mas não é obrigatório. Geralmente são homens de negócios que estão em viajem e escolhem passar um momento agradável em vez de mais uma noite em frente à caixa de e-mail. Habitualmente são gentis, amáveis e têm a capacidade de me fazer esquecer os sinónimos da palavra acompanhante.

Claro que podem dizer: Ainda assim é prostituição. Ok. Têm razão.
Mas é mais confortável para eles e para mim este nome mais leve. Até porque é uma forma disfarçada de esquecer os problemas morais decorrentes da prostituição. Muitos são casados e vêm estes momentos como um jantar com uma amiga ocasional. Não pensam que estão a trair.

E assim, fica mais fácil para todos. Afinal, independentemente do que nos queiram chamar, é consensual que o objectivo final é ser divertido e bom.

Até breve,

Anna G

2 comentários:

  1. Concordo contigo e espero que mais gente perceba de uma vez por todos como funciona o "sistema"

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  2. Parabéns pela forma muito inteligente com respondes-te!
    Concordo contigo!
    E mais pelo fato de estar com alguém com (isso é pernicioso)com quem se pode ter sexo, mas que não quer dizer que se tenha necessáriamente (obrigatoriamente) liberta, descontrai, relaxa!

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